'Taxidermia', filme húngraro de György Pálfi, é dos filmes mais esdrúxulos (ou "o mais") que vi até o momento. Impossível definir um gênero para uma obra sem gênero, mas a melhor coisa que achei por aí foi 'surreal horror dark comedy' (acrescentaria 'enchanting'). A primeira cena (foto) já é prévia do que esperar ao longo da história (embora todo o restante seja na verdade altamente impensável). 'De cair o c* das calças' talvez resuma a melhor impressão, culminando com o desfecho. Ou então de que o maior lunático/gênio/ambos (dependendo do ponto de vista) nisso tudo seja o próprio diretor. Ou 'todas as alternativas anteriores' (meu caso).
O título engana: apesar de existirem elementos de taxidermia, este não é o tema do filme (se é que faz sentido falar em 'temática', no caso). O longa recria a história recente da Hungria através de 3 gerações de homens cuja loucura vai se transferindo geneticamente, manifestando-se de diferentes formas (igualmente obsessivas). No mais, tentar explicar qualquer coisa é inútil: o impacto é especialmente visual e qualquer tentativa de converter o surrealismo do filme em texto ficará muito aquém do real.
No link abaixo há uma 'transcrição' comentada da história, porém não recomendo ler antes de assisitir (desnecessário informar que se trata de um 'spoiler' total):
http://www.ejumpcut.org/trialsite/strauszTaxidermia/3.html
PS: destaque para o trio de gatos 'sui generis' presente na reta final.